A maior tragedia nacional da Polônia após a II Guerra Mundial*


 

 

 

O avião em que viajavam o presidente da Polônia Lech Kaczyński, sua esposa – a primeira dama Maria, 94 outros membros da delegação e a tripulação acidentou-se no dia 10 de abril de 2010 na região de Pieczersko, enquanto se aproximava para pousar no aeroporto militar Sieviernyj, perto de Smolensk. O avião caiu a cerca de dois quilômetros da pista de pouso. Segundo informações iniciais, o acidente foi provocado pelas difíceis condições atmosféricas, na quarta tentativa de pouso.

 

O presidente Lech Kaczyński, juntamente com uma delegação, dirigia-se a Katyn, perto de Smolensk, na Rússia, onde juntamente com representantes das Famílias de Katyn, bem como de parlamentares, religiosos e militares ex-combatentes queria prestar uma homenagem aos poloneses assassinados por força de uma decisão do dia 5 de março de 1940 da NKVD (sigla em russo de Comissão do Povo para Assuntos Internos) da União Soviética.

 

Na lista das pessoas que viajavam com o presidente a Katyn encontravam-se: o ex-presidente da Polônia no exílio Ryszard Kaczorowski, os vice-presidentes do Parlamento Jerzy Szmajdziński e Krzysztof Putra, a vice-presidente do Senado Krystyna Bochenek, os ministros presidenciais Władysław Stasiak, Paweł Wypych e Mariusz Handzlik, o chefe do Escritório de Segurança Nacional Aleksander Szczygło, os vice-ministros das relações exteriores – Andrzej Kremer, da defesa – Stanisław Komorowski e da cultura – Tomasz Merta, o porta-voz dos direitos civis – Janusz Kochanowski, o presidente do Banco Central da Polônia – Sławomir Skrzypek e o presidente da Memória Nacional – Janusz Kurtyka.

 

Viajavam no avião também os deputados Maciej Płażyński, Arkadiusz Rybicki, Grzegorz Dolniak, Przemysław Gosiewski, Zbigniew Wassermann, Joanna Szymanek-Deresz, Izabela Jaruga-Nowacka, Grażyna Gęsicka, Wiesław Woda, Edward Wojtas, Sebastian Karpiniuk, Leszek Deptuła, Aleksandra Natali-świat e os senadores Janina Fetlińska e Stanisław Zając.

 

Na lista das pessoas que viajavam no avião presidencial encontravam-se também os comandantes das forças armadas polonesas gen. Andrzej Błasik, gen. div. Tadeusz Buk, gen. Franciszek Gągor, gen. brig. Kazimierz Gilarski, gen. Bronisław Kwiatkowski e o  gen. brig. arc. Miron Chodakowski. Morreram também os responsáveis pela pastoral militar: o bispo católico Tadeusz Płoski, o arcebispo ortodoxo Miron Chodakowski e o pastor protestante Adam Pilch.

 

O ministro das relações exteriores, Radosław Sikorski, disse que o primeiro-ministro Donald Tusk chorou quando ficou sabendo do acidente com o avião presidencial. “Foi minha terrível e triste obrigação informar a respeito disso o primeiro-ministro, o presidente do senado e Jarosław Kaczyński – irmão do presidente” – informou ele.

 

O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, convocou uma comissão especial para investigar as causas do acidente com o avião polonês.  Foi indicado para chefiar essa comissão o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin. O ministro da informação da Polônia, Krzysztof Kwiatkowski, informou que será também realizada uma investigação polonesa a respeito do acidente com o avião polonês em Smolensk. Essa ordem foi expedida pelo procurador geral Andrzej Seremet.

 

Em razão do acidente, em toda a Polônia foram suspensos os eventos recreativos e esportivos. A bandeira nacional no palácio presidencial foi hasteada a meio pau. Diante do palácio, por muitos dias os habitantes de Varsóvia depositaram flores, acenderam piras e rezaram. Em todo o país, “nas igrejas, nas praças, nas ruas – mais uma vez reconhecemo-nos em nossa essência como nação” – disse um político polonês.

 

Em razão desse trágico acidente aéreo, no qual pereceram representantes da elite da vida política, militar, social e religiosa do país, mais uma vez em sua história Polônia vivenciou uma experiência dolorosa, mas confiamos que o sacrifício desses nossos irmãos e irmãs, dos melhores Filhos e Filhas da Nação Polonesa, produzirá o bem e trará e paz e a reconciliação de todos os poloneses. Como discípulos de Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou, acreditamos que o sacrifício da vida de 96 poloneses foi envolvido pela Sua morte e ressurreição. Confiamos profundamente que o sacrifício deles não será inútil, mas que dele – como do sacrifício da cruz de Seu Filho – Deus extrairá o bem, o bem para a Pátria Polonesa, e que isso servirá para a aproximação de duas nações eslavas – da Polônia e da Rússia.

Quando penso na Pátria...

Quando penso na Pátria, então expresso a mim mesmo e me enraízo. Fala-me disso o coração, como que de uma fronteira oculta que de mim se estende aos outros, a fim de envolver a todos num passado mais antigo que cada um de nós: dela me origino... quando penso na Pátria – para envolvê-la em mim como um tesouro. E pergunto sempre como multiplicá-lo, como ampliar esse espaço que ela preenche.

                                                                                                                                      Karol Wojtyła - 1974       

 

 


* Com base em informações da imprensa polonesa. 

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